Desmascarando a indústria animal: galinhas
A cadeia de ovos se inicia com o nascimento dos pintinhos. Por serem vistos como inúteis à indústria de ovos, todos os machos são descartados (sacrificados) com apenas um dia de vida. A forma mais comum de descarte é a trituração: nesse processo, os recém-nascidos são descartados vivos e completamente conscientes, já que não há qualquer tipo de insensibilização prévia em grandes máquinas trituradoras.
Estima-se que, no mundo, todos os anos, cerca de 7 bilhões de pintinhos machos de um dia de vida sejam sacrificados. No Brasil, anualmente, aproximadamente 84 milhões de pintinhos machos são sacrificados.
Outro problema da indústria de ovos é o ambiente em que as galinhas são criadas: cada gaiola contém, em média, seis aves e cada ave tem o espaço equivalente ao de uma folha A4. Nesses cubículos, as galinhas não conseguem realizar movimentos básicos e simples, como abrir completamente as asas e caminhar. Além disso, também são incapazes de exibir importantes comportamentos naturais da espécie, como tomar banho de areia, empoleirar-se, ciscar e botar ovos em ninhos.
A impossibilidade de manifestação desses comportamentos e a severa restrição de espaço geram danos físicos e psicológicos aos animais. As galinhas criadas em gaiolas convencionais podem apresentar distúrbios metabólicos e doenças como osteoporose por desuso e fígado gorduroso, que estão associadas à falta de movimento e exercícios. Tais doenças são difíceis de tratar ou mesmo gerenciar em gaiolas devido à restrição comportamental inerente a esses sistemas.
Isso é novidade?
Os problemas de bem-estar animal relacionados às gaiolas já são de conhecimento da comunidade científica há décadas. Desde o início da década de 1990, estudos científicos já corroboravam para esta hipótese.
Até o momento, no entanto, esse conhecimento não foi suficiente para produzir uma transformação significativa na forma como esses animais são tratados. No Brasil, por exemplo, cerca de 95% das galinhas ainda são criadas em sistemas de gaiolas.
Outra prática controversa é chamada de ‘debicagem’, ela consiste na mutilação da ponta do bico da ave, feita sem controle da dor. Naturalmente, as galinhas interagem entre si e bicam as penas umas das outras. Porém, quando a granja não atende de forma adequada às necessidades das galinhas e as expõem a agentes estressores, como, por exemplo, dieta, manejo e iluminação inapropriados e alta densidade animal, a bicagem pode se intensificar e se tornar muito agressiva e frequente, levando ao canibalismo e ao consequente aumento da mortalidade das aves.
É por essa razão que os avicultores realizam a debicagem, impedindo, portanto, que as aves biquem umas às outras a ponto de provocar graves ferimentos. A técnica é uma forma de mutilação que causa dor durante e após o procedimento, podendo persistir por vários dias.
Além disso, quando a debicagem é mal feita, pode ocorrer formação de feridas que causam dor crônica por toda a vida da ave. Após um ano e meio de vida, as galinhas têm uma queda na produção de ovos, e por isso, são descartadas (enviadas para o abate) ou submetidas a programas de muda forçada, que têm por objetivo prolongar a vida produtiva e otimizar o desempenho da ave.
Os métodos de muda forçada incluem a retirada temporária de alimentos e água ou a introdução de dietas não convencionais, contendo, por exemplo, minerais em excesso, ingredientes pouco nutritivos ou cálcio inadequado. Esses métodos provocam alterações no corpo da ave, principalmente no sistema reprodutivo.
A remoção de alimentação, que, em algumas granjas, pode chegar a 14 dias consecutivos e a remoção de água são inaceitáveis quando se pensa no bem-estar animal. A restrição alimentar também não atende à demanda de manutenção ideal do peso e das necessidades fisiológicas das aves, inclusive levando ao aumento da mortalidade.
A muda forçada leva as aves à intensa perda de peso e ao aumento do estresse, da agressividade e do canibalismo, implicando grande sofrimento. Além de questões de bem-estar animal, a muda forçada é conhecida por aumentar a suscetibilidade das galinhas a várias bactérias patogênicas, especialmente a Salmonella e, assim, aumenta-se a possibilidade de contaminação por Salmonella em ovos.
O que posso fazer?
A melhor forma de lutar contra a indústria da carne é não financiando esta exploração, reduza ou elimine seu consumo de produtos de origem animal ao introduzir deliciosas opções à base de plantas em sua alimentação.
4 comentários
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Gostei muito do conteúdo , extremamente informativo . Obrigada . Lamento tanto isso tudo , não me arrependo de ter virado vegana .
Cada pessoa que se torna vegana salva quantos animais, não é? Seguimos fortes em nosso propósito!
Estou em transição vegetariana para vegano
Falta o ovo infelizmente não consigo parar de uma vez
Mas estou fazendo o possível
A crueldade com os animais é muito triste e não quero compactuar com isso
Laticínios foi mais fácil,tenho feito tofu e amei
Mas ainda esse ano substituo o ovo
Tofu é muito bom, né? Quando você acerta no tempero, é sucesso!
Respeite o seu tempo de transição, o importante é ser ter em mente ir avançando a cada dia mais pelos animais!