Todo dia 24 de outubro comemoramos o Dia Internacional Contra a Mudança Climática, uma data que nos lembra que o planeta está pedindo mudanças urgentes: secas extremas, chuvas, incêndios florestais e ondas de calor não são apenas fenômenos naturais.

São consequências de um sistema fora de equilíbrio.

Estas mudanças climáticas que estamos vivendo, como a tragédia climática que aconteceu ano passado no Rio Grande do Sul, com mortos e desabrigados, são fenômenos que antes eram excepcionais agora se repetem com maior frequência e intensidade.

Infelizmente, esses impactos graves por inundações e chuvas extremas não se limitam ao Brasil, estão ocorrendo em várias regiões da América Latina e do mundo, reforçando que estamos diante de um problema climático global.

Mas o que está acontecendo realmente com o nosso meio ambiente? Por que o clima está mudando tão rápido?

A resposta está, em grande parte, na nossa alimentação e na forma como usamos os recursos naturais, o que colocamos no nosso prato todos os dias tem um impacto direto no planeta muito maior do que imaginamos.

A indústria que produz, concentra, mutila e mata animais para consumo humano é uma das principais responsáveis pelo desmatamento, poluição e emissão de gases de efeito estufa.

Esta indústria ocupa mais de 70% das terras agrícolas do planeta, mas a maior parte desses terrenos não é usada para alimentar pessoas e sim animais que depois serão consumidos.

É um sistema ineficiente e destrutivo: em vez de cultivar alimentos para humanos, usamos esses recursos para alimentar animais, o que implica enorme desperdício de energia, água e solo.

Por exemplo:

  • Estima-se que mais de 75% da soja cultivada no mundo é destinada à alimentação de animais.
  • Cada quilo de carne bovina requer até 15 mil litros de água para ser produzido.
  • Para criar animais, milhões de hectares de floresta são desmatados todos os anos, especialmente na Amazônia, onde as matas viram pastagens ou áreas de cultivo para produzir alimento para o gado.

Tudo isso gera consequências devastadoras: aumento de gases como metano e dióxido de carbono, perda de habitats naturais e desequilíbrio dos ecossistemas.

Quando falamos sobre mudança climática, costumamos pensar em carros, fábricas, plásticos ou indústrias como a de refrigerantes ou cerveja, muito visíveis no nosso dia a dia, mas raramente olhamos para o que acontece no nosso prato. A verdade é que a indústria de produção animal é uma das mais poluentes do mundo, com pegada ecológica maior até do que o transporte global combinado.

Seu impacto em desmatamento, uso de água, emissões de gases de efeito estufa e perda de biodiversidade é incomparável com qualquer outra indústria.

Produzir carne, leite ou ovos exige uma quantidade desproporcional de recursos, enquanto alimentos de origem vegetal, como leguminosas, cereais, frutas, vegetais, sementes e castanhas, fornecem nutrientes, proteínas e energia limpa. Sem causar sofrimento animal nem devastação ambiental.

Não se trata apenas do “eu” ou de “você”, o que comemos e fazemos impacta toda a humanidade, o planeta e cada ser vivo e senciente que o habita. A emergência climática não é um problema do futuro, ela já está aqui, e, embora sua origem seja complexa, grande parte está diretamente relacionada à forma como escolhemos nos alimentar.

Optar por uma alimentação baseada em vegetais é uma das ações mais poderosas e eficazes para reduzir nossa pegada ecológica, proteger os animais e cuidar do planeta. Cada prato livre de crueldade é um passo em direção a um mundo mais equilibrado, justo e sustentável.

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